terça-feira, 28 de abril de 2015

Curiosidades sobre o blog

- Sempre colocarei a imagem do livro de acordo com a edição que eu li. Sabemos que existem muitas edições para cada livro, mas prefiro a imagem já minha conhecida. Mais aconchegante aos meus olhos.

- Pesquiso algo no google somente quando esqueço o nome de algum personagem, mas isso é muito difícil. Portanto aqui não existe plágio, as sinopses são todas feitas por mim, sai tudo da minha mente e lembranças.

- SPOILERS, tudo aqui têm spoilers, se não quer saber, não leia.

- Quer dicas de livros? Tenho marcadores com os temas que você procura! Basta clicar e escolher um.

Abraços leitores!

A náusea - Jean Paul Sartre


Esse livro chegou em minhas mãos em meados de 2009, retirado de uma biblioteca de livros doados, no poupatempo de guarulhos (meu segundo emprego).

Falava sobre existencialismo, e até então eu só havia lido um livro de filosofia na vida (O mundo de Sofia), portanto foi uma novidade deliciosa conhecer esse gênero, ao que imediatamente me apaixonei.

Antoine é o nome do personagem principal, que chega à cidade com o objetivo de escrever a biografia de um importante e excêntrico marquês que ali vivia. O problema é que ao começar, Antoine é acometido por uma espécie de aversão pela biografia e pela cidade, que no decorrer do livro se extende ao ser humano e aos objetos que o cercam. Uma passagem que ficou marcada nessa leitura é um momento que ele não consegue sair da casa pois está com nojo de encostar na maçaneta da porta. Ele descreve tão bem a tal náusea, que você acaba sentindo também.

"Algo me aconteceu, não posso continuar duvidando. Veio como uma doença, não como uma certeza ordinária nem como uma evidência. Instalou- se pouco a pouco, eu me senti estranho, algo incomodado, nada mais (…). E agora cresce. (“A náusea”, p. 17)"
Os melhores momentos de reflexão se dão quando Antoine se encontra com seu amigo autodidata na biblioteca, onde debates ferrenhos humanistas versus existencialistas se travam. Em um desses encontros, inclusive, Antoine esmaga uma mosca, e diz uma frase sartriana muito conhecida entre os filósofos: " Fiz um favor a ela, libertei-a de sua existencia". Forte não?

Por fim, ele reencontra sua ex mulher, Anne, por quem ele pensava ainda ter fortes sentimentos, mas fica surpreso em constatar que sente por ela a mesma náusea que qualquer objeto repugnante havia provocado nele nos ultimos dias, e resolve ir embora da cidade. Não sem antes sentar-se no banquinho de uma praça e nos fazer sentir como se estivessemos ao seu lado, sentindo o cheiro da lama que está encostada em uma pedra no chão. Nunca esqueço dessas partes do livro. Impressiona por causa das perfeitas descrições do personagem Antoine Roquentin quando está passando mal, são muito realistas

Sartre também fala sobre uma verdade: a vida é menos interessante que a ficção. "O dia a dia mata a aventura, além de tudo ser muito parecido, sem novidades. Quando a pessoa vive, não acontece nada. A decoração muda, o povo entra e sai, e isso é tudo. Nunca há começos. Os dias se sucedem aos dias sem tom nem som, numa soma interminável e monótona. Mas ao contar a vida é diferente, tudo muda; (p. 71) ."

Caso gostem de literatura filosófica, recomendo fortemente esse livro, que é base para reflexões mais profundas pra quem está entrando nesse mundo "pensador".


domingo, 19 de abril de 2015

Laranja mecânica - Anthony Burgess


Livre arbítrio. É disso que se trata o livro. E pela primeira vez na história deste blog (acredito que primeira e única), vou aconselhar vocês a ver o filme antes de ler o livro. E vou explicar porque:

O autor ambientou a história "num futuro nao muito distante" e para dar a impressão que "ainda está longe de nossa realidade", ele criou um vocabulário novo, desconhecido, uma mistura de russo com inglês, chamada "Nadsat", usada somente pelos adolescentes. Então posso dizer que foi a leitura mais difícil de toda a minha vida! (E olha que eu li Sartre e gostei! Falaremos disso futuramente).

Pra dar alguns exemplos, vou escrever o que me lembro do palavreado:

Drugues - amigos, mais especificamente os dele
Gúliver - cérebro
Moloco - leite "com tudo e mais um pouco", ou seja, leite misturado com drogas.
P e M - pai e mãe
Punhar - socar
Videar - assistir

e outras piores rsrs


A edição que li, tinha um glossário no final, e eu recorri muitas vezes a ele, já no filme não é preciso pois você acaba deduzindo pelas ações do personagem.

Sem mais delongas, vamos ao meu resumo da história: Alex DeLarge (um dia farei um cosplay dele pra alguma festa à fantasia *_*), é um adolescente amante de música clássica (prefere Bethoven), de quatorze anos que anda com uma gangue e pratica atos de ultraviolencia, como estupros e espancamentos,

Um dia invadem uma casa para agredir uma senhora, matando-a, e em um acesso de raiva de seu próprio amigo Tosko, Alex é espancado e o deixado na porta da casa, onde a polícia chega e o prende.

Uma vez preso, o governo resolve testar nele um tratamento inovador para recuperar pessoas violentas, o tratamento Ludovico, que consiste em forçar o jovem a assistir vídeos violentos, sob efeito de uma injeção que o faz passar mal, tudo isso ao som da Nona Sinfonia. Ou seja, ele passa a associar os enjôos, o mal estar, à violência e à sua amada música classica. Alex é obrigado a ver, não podendo fechar os olhos, pois estão abertos com a ajuda de ganchos e um médico ao seu lado pinga colírio para que a íris nao resseque.

Os médicos provam que Alex foi "recuperado" pois a eficácia do tratamento é demonstrada a um grupo de doutores, que assistem como Alex desmaia diante de um valentão que o desafia, e humilha-se diante de uma jovem mulher com pouca roupa. 

De volta pra casa, o choque, seus pais alugaram seu quarto pra outro cara, a cobra de estimação não está mais na casa, e ele perde o rumo, ao encontrar os seus drugues, apanha de novo (perdeu o posto de líder e não é mais capaz de se defender, tanto que apanha vomitando).

Vai andando por uma casa de campo e sem querer entra na casa de um escritor que anos atrás teve sua esposa morta pela gangue de Alex, que não o reconheceu pois na ocasião usavam máscaras. O velho o acolhe em casa, e coloca pra tocar a Nona de Bethoven, ao que imediatamente Alex tenta se matar pulando a janela.

No hospital, Alex é assediado por membros do governo que estão sendo criticados pelo tratamento Ludovico, que tira do ser humano o seu "livre-arbítrio". E o prometem um emprego, Cena classica em que Alex devaneia sobre cenas de violência, e você pensa: "ohh nooo, ele vai voltar a ser violento". E de fato, ele arruma novos drugues, mas na noite de re-estréia do primeiro ato de horrorshow, ele pensa em largar a violência e construir uma família. Afinal, seu filho será tão ou mais violento quanto ele.

No filme, acaba quando ele decide ser violento outra vez, mas eu prefiro a versão final do livro, que ele de fato se regenera, mas só por esse aspecto, é que indico a leitura. Tenhamos fé na humanidade.

Só por curiosidade, esse é o Alex do filme:


Sua gangue:


O tratamento Ludovico:
Resultado de imagem para referência laranja mecanica

Olha que cosplay fofinho:


Agora que você já conhece o "uniforme", vai descobrir que muitos filmes fazem referência aos drugues:

Laranja Mecânica
OS SIMPSONS

Tenacious D - Uma dupla Infernal (Jack Black antes de levar um couro dos drugues)


Também já vi no filme "Batman e Robin, mas não achei imagem...

Enfim, muito boa a história, pegue seu copo de moloco e boa leitura!

sábado, 18 de abril de 2015

A menina que roubava livros - Markus Zuzak




O título já me interessou logo de cara, pois eu quando criança peguei muitos livros na biblioteca a mais do que deveria (só podíamos levar três por vez, mas eram tão fininhos que eu mostrava três pra moça e colocava mais três no casaco do uniforme, mas juro que eu devolvia todos na semana seguinte).

Acabei de surpreendendo pois a história não se tratava só de roubos de livros. Envolvia Hitler, judeus e a porra toda. Amo esse tema, não porque sou cruel e gosto de ver desgraça, mas sinto que a segunda guerra foi um acontecimento passível de muita reflexão, a respeito de política, finanças, e comportamento humano.

Posto isso, comecei a ler. A história é contada pelo ponto de vista daquela que usa capa preta, aquela que leva a gente antes mesmo que a nossa roupa seque no varal, antes de pagarmos aquela conta atrasada, antes de dizermos pela ultima vez um eu te amo para nossos parentes queridos. A morte.

Chocante! Nunca antes foi contado a mim dessa forma, era sempre do ponto de vista de um judeu, ou um soldado do Führer*.

Claro que é um livro de ficção, tendo como pano de fundo, a segunda guerra, mas você se envolve tanto aos personagens, que no final sente tristeza de verdade não só por eles, como por todo o povo alemão, que oprimido, tinha que se submeter a N.S.D.A.P (Partido Nacional-Socialista Alemão dos Trabalhadores, pra mim um nome bonitinho para os nazistas).


Liesel Meminger, Rudy Steiner e Hans Hubberman, os personagens mais tocantes... Um conselho meu a quem for ler: não se sinta frustrado no fim, isso já aconteceu! Com muitas famílias, muitos Rudys. Muitos acordeons foram destruídos, não há nada que você possa fazer, portanto não sofra.


Tem coragem? Boa leitura!

*Fuhrer - chefe, guia, usado como título para Adolf Hitler, hoje em dia evita-se o uso dessa palavra sozinha em alemão, para não fazer alusão ao maior assassino da história da humanidade.


...

Harry Potter e a Camara Secreta - J K Rowling


Valeu a pena ter aprendido a ler só por ter lido essa coleção do Harry.

Resumo curtinho: Na segunda parte da saga, Harry já está mais ambientado ao castelo de Hogwarts, e seu corpo docente, porém um novo professor metido a galã torna seus dias difíceis pois ele tenta a todo custo atraí-lo para os holofotes. Harry descobre ser ofidioglota, ou seja, tem o dom de falar com cobras, e passa a ser mal visto pelos colegas pois é um dom relacionado às artes das trevas. Harry passa a ouvir vozes, pessoas são atacadas até que uma aluna, a Gina, é levada pelo monstro.

Minha opinião: Da coleçao toda, esse é o mais sem pé nem cabeça pra mim, claro que não deixa de ser importante para o andamento da saga, já que descobrimos que parte d´Aquele que não deve ser nomeado foi transferido para Harry, e futuramente esse conhecimento é de vital importancia para que o bem triunfe! Leiam! Muuiiitoooo bom!

Beijos e até a próxima

PS: Salgueiro lutador ao fundo do blog *-*

sexta-feira, 17 de abril de 2015

A metamorfose - Franz Kafka


Saindo um pouco da linha do infantil (como eu disse, estou começando beeem do começo, mas inevitável não misturar, pois eu li esse com uns dez anos de idade), vamos falar desse clássico interessantíssimo que caiu nas minhas mãos de fontes desconhecidas (apareceu la em casa).

O protagonista, Gregor Sansa, acorda numa manhã e se vÊ preso em um corpo de barata. Um capítulo inteeeiro só pra ele levantar da cama, pois está deitado de barriga pra cima e sabe como é né... é uma barata, poxa. Assim que levanta falta a coragem de sair do quarto, apesar de saber que está atrasado para o trabalho. Em meio a essas reflexões filosóficas quem aparece na casa dele? O CHEFE! E agora Josééé????

Encurtando, o resto do livro ele passa se escondendo da sociedade, incompreendido, alvo de preconceito até por parte dos familiares. Na minha infância eu levava ao pé da letra o fato de ele "virar uma barata", coitado. Hoje eu entendo a metáfora por trás disso. Pobre Gregor, aprisionado em um corpo totalmente novo, sendo mal visto (talvez homossexualidade?), por todos.

Achei um gráfico engraçadinho na net, curtam:


O livro traz um pouco de melancolia, sobretudo quando a irmã, a única que continuava a cuidar dele, deixa-o, e sugere "pôr um fim à criatura em que seu irmão se transformou".

Mas leiam, recomendo!

Beijos e até o próximo!

A ilha perdida - Maria José Dupré



Enfim, chegamos na coleção vaga-lume. Li vários dessa coleção na infância, e meu pai também na infância dele, então pense como são idosinhos esses livros!

MAAASSSS não deixam de ser bom!

A lembrança que tenho desse livro são: O lanche que eles levam pra passar a noite na ilha, eu podia até sentir o gosto da laranjada e do pão quando eu lia! Os macacos 1, 2, 3, 4 e 5.... e o velho Simão, misterioso como o maior mistério da humanidade.

Curiosidade: Os protagonistas são Henrique e Eduardo, coincidentemente o nome do pai do meu filho mais velho é Henrique, e da minha filha mais nova é Eduardo. Choquei também, ao lembrar disso.

Sinopse: Eduardo e Henrique resolvem explorar uma misteriosa ilha e descobrir se as histórias que ouvem sobre o lugar são reais. Acabam se envolvendo em uma grande aventura em que um velho sábio ensina o respeito e o amor à natureza

Essas sinopses de internet não transmitem emoção nenhuma, então venham comigo que vocês passam de ano!

1 - Eles vão para a ilha escondidos da avó e se lascam, pois não conseguem voltar.
2 - A comida que levaram não dá pra nenhum dia, quanto mais os tres dias que passaram lá.
3 - Tem uma cena que os macacos montam um júri para punir um macaco ladrão de frutas

Emoções no final, você começa tendo medo do velho, mas termina querendo que ele volte para a civilização, muito bonzinho ele!

Beijos e até a próxima!

As ameixas encantadas - Maria Heloisa Penteado


Outro que fez parte da minha infância, e só de olhar a capa já bate aquele saudosismo....

A história é o seguinte, uma mocinha Délia ganha duas ameixas de um mágico, uma a faz ficar boazinha e a outra a faz ficar terrível... ela come primeiro a ameixa da ruindade, que claro era aparentemente bem mais suculenta, vermelhinha e doce... ela fica o diabo em pessoa, encontra um menino que também comeu a ameixa da ruindade e os dois tocam o terror na cidade. Aí no fim, vejam bem, conto de acordo com minha memória, que é meio nebulosa na infância, no fim ela divide a ameixa da bondade com o guri e tudo fica bem!

A história é muito bem escrita e lembro ter lido muitas vezes, e eu de fato refletia sobre quão ruim é ser mau, então recomendo pra criançada!

Um beijo e até a proxima