domingo, 19 de abril de 2015

Laranja mecânica - Anthony Burgess


Livre arbítrio. É disso que se trata o livro. E pela primeira vez na história deste blog (acredito que primeira e única), vou aconselhar vocês a ver o filme antes de ler o livro. E vou explicar porque:

O autor ambientou a história "num futuro nao muito distante" e para dar a impressão que "ainda está longe de nossa realidade", ele criou um vocabulário novo, desconhecido, uma mistura de russo com inglês, chamada "Nadsat", usada somente pelos adolescentes. Então posso dizer que foi a leitura mais difícil de toda a minha vida! (E olha que eu li Sartre e gostei! Falaremos disso futuramente).

Pra dar alguns exemplos, vou escrever o que me lembro do palavreado:

Drugues - amigos, mais especificamente os dele
Gúliver - cérebro
Moloco - leite "com tudo e mais um pouco", ou seja, leite misturado com drogas.
P e M - pai e mãe
Punhar - socar
Videar - assistir

e outras piores rsrs


A edição que li, tinha um glossário no final, e eu recorri muitas vezes a ele, já no filme não é preciso pois você acaba deduzindo pelas ações do personagem.

Sem mais delongas, vamos ao meu resumo da história: Alex DeLarge (um dia farei um cosplay dele pra alguma festa à fantasia *_*), é um adolescente amante de música clássica (prefere Bethoven), de quatorze anos que anda com uma gangue e pratica atos de ultraviolencia, como estupros e espancamentos,

Um dia invadem uma casa para agredir uma senhora, matando-a, e em um acesso de raiva de seu próprio amigo Tosko, Alex é espancado e o deixado na porta da casa, onde a polícia chega e o prende.

Uma vez preso, o governo resolve testar nele um tratamento inovador para recuperar pessoas violentas, o tratamento Ludovico, que consiste em forçar o jovem a assistir vídeos violentos, sob efeito de uma injeção que o faz passar mal, tudo isso ao som da Nona Sinfonia. Ou seja, ele passa a associar os enjôos, o mal estar, à violência e à sua amada música classica. Alex é obrigado a ver, não podendo fechar os olhos, pois estão abertos com a ajuda de ganchos e um médico ao seu lado pinga colírio para que a íris nao resseque.

Os médicos provam que Alex foi "recuperado" pois a eficácia do tratamento é demonstrada a um grupo de doutores, que assistem como Alex desmaia diante de um valentão que o desafia, e humilha-se diante de uma jovem mulher com pouca roupa. 

De volta pra casa, o choque, seus pais alugaram seu quarto pra outro cara, a cobra de estimação não está mais na casa, e ele perde o rumo, ao encontrar os seus drugues, apanha de novo (perdeu o posto de líder e não é mais capaz de se defender, tanto que apanha vomitando).

Vai andando por uma casa de campo e sem querer entra na casa de um escritor que anos atrás teve sua esposa morta pela gangue de Alex, que não o reconheceu pois na ocasião usavam máscaras. O velho o acolhe em casa, e coloca pra tocar a Nona de Bethoven, ao que imediatamente Alex tenta se matar pulando a janela.

No hospital, Alex é assediado por membros do governo que estão sendo criticados pelo tratamento Ludovico, que tira do ser humano o seu "livre-arbítrio". E o prometem um emprego, Cena classica em que Alex devaneia sobre cenas de violência, e você pensa: "ohh nooo, ele vai voltar a ser violento". E de fato, ele arruma novos drugues, mas na noite de re-estréia do primeiro ato de horrorshow, ele pensa em largar a violência e construir uma família. Afinal, seu filho será tão ou mais violento quanto ele.

No filme, acaba quando ele decide ser violento outra vez, mas eu prefiro a versão final do livro, que ele de fato se regenera, mas só por esse aspecto, é que indico a leitura. Tenhamos fé na humanidade.

Só por curiosidade, esse é o Alex do filme:


Sua gangue:


O tratamento Ludovico:
Resultado de imagem para referência laranja mecanica

Olha que cosplay fofinho:


Agora que você já conhece o "uniforme", vai descobrir que muitos filmes fazem referência aos drugues:

Laranja Mecânica
OS SIMPSONS

Tenacious D - Uma dupla Infernal (Jack Black antes de levar um couro dos drugues)


Também já vi no filme "Batman e Robin, mas não achei imagem...

Enfim, muito boa a história, pegue seu copo de moloco e boa leitura!

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